terça-feira, maio 22, 2012

Nas vésperas do quinquénio






Esta foto é de dia 24 de Maio de 2007.

Traz, tão-somente, as melhores recordações. Foi uma audiência bem conseguida, o espírito académico estava em alta e, naquela noite, tornei-me melhor pessoa. Levantei-me às 7 horas do dia 24 de Maio e adormeci às 23.40 do dia 25.

Sempre que contemplo a foto, lembro-me de tudo.

Foi, sem qualquer sombra de dúvida, o melhor dia da minha vida.

Nada correu mal.

Matou-se aquela máxima do "tudo o que pode correr mal vai correr mal".


Da prestação de consulta jurídica

Enquanto trocava umas ideias jurídicas, via MSN (estou velho), também andava pelo FB.

Dei com a respectiva face de uma antiga colega de escola, de turma.

Uma mulher que, declaradamente, me odiava.

Melhor aluna que eu. (Obviamente) Mais jeitosa que eu (ainda que para espécime feminino deixasse a desejar...). Mais amigos que eu. Está num escritório mais conceituado que o meu (ah, sim, foi para Direito, até já tem mestrado e brutas notas)

Epá, nunca me suportou. Falava mal de mim nas costas. Encontrava-me todos os defeitos. Era de cortar à faca o ambiente.

Ainda hoje pergunto "porquê".

Ainda hoje não sei.

Tese n.º 1: Porra, és insuportável.
Refutação: Bem verdade, mas ela odiou-me sem me conhecer. Acreditem se quiserem.

Tese n.º 2: Ela tinha uma paixão por ti.
Refutação: Sou profundamente feio e desinteressante.

Tese n.º 3: És profundamente feio e desinteressante.
Refutação: Certo, mas isso não tem nada a ver. Sou amigo de muita gente profundamente feia e desinteressante.

Tese n.º 4: Inveja
Refutação: De quê???

Run out of thesis.

Não chego lá.

Só resta a derradeira explicação: somos irmãos separados à nascença e a voz do sangue é mal ouvida por ela.

domingo, maio 06, 2012

O Dia da Mãe

Ao contrário da generalidade das pessoas, eu gosto que existam "dias" determinados de homenagem a certas coisas ou pessoas. Há o "dia da Mulher", o "dia do Pai" ou o "dia da Paz". Nenhum destes é só mais um dia. Termos presente que alguém se lembrou de instituir, por todo o mundo, uma data de justa evocação traz-nos a obrigação, nem que seja por breves segundos, de pensar nela.

Penso.

Eu não acredito numa "teoria geral da maternidade", isto é, não acredito que haja uma fórmula específica que os seres-humanos do sexo feminino que deram à luz possam aplicar para serem bem sucedidos na missão de se relacionarem com o filho. Acredito, antes, numa "ideia de mãe", sempre subjectiva.

Ao longo da história, tanto da universal, como da minha, conheci grandes mães. Ora, nenhuma delas era igual à anterior, isto é, não foi para os seus filhos aquilo que outras foram para os respectivos. Em cada uma, houve capacidade para perceber que matéria bruta tinham à sua frente, que defeitos e inseguranças despontavam e com elas souberam lidar, nunca apagando traços de personalidade, mas lidando com tudo com a chamada "classe". Sem ser um critério definitivo, é para mim uma boa mãe aquela que soube educar os filhos. Que lhes deu princípios e valores, aquela que os transformou em pessoas e não em mera escória.

Foi isto que fez da minha mãe alguém superior.

Não me quero usar como objecto de análise, mas sempre tenho uma irmã e posso recorrer ao que ela se tornou e, aí, tiro boas conclusões. Hoje, a minha irmã é independente, educada, profissional, há quem diga até que tem uma boa figura, arranja-se e costuma cheirar bem.

Prova dos nove: a minha mãe triunfou.

No que posso dizer, sem emitir parecer acerca do meu carácter, antes de ser mãe, ela é uma grande pessoa. Cresceu num meio em que o dinheiro não abundava. Apesar disso, tirou o seu curso superior enquanto trabalhava, "teve-me" quando "andava a assinar fitas de finalista" e nunca se lhe conheceu fraqueza. Está ali uma grande mulher, uma Senhora.

Deu-me tudo.

Devo-lhe muito daquilo que sou (para o bem e para o mal), daquilo que tive e daquilo que dou. É alguém incontornável na minha vida, uma alma permanente e perene.

Ainda bem que há o Dia da Mãe.

Não há trabalho de tanta responsabilidade.